"As variedades do mal são numerosas, mas o resultado é o mesmo: estar sempre insatisfeito consigo mesmo. E isso decorre dos desequilibrios internos e dos desejos duvidosos e não realizados. De fato, os inquietos nem mesmo tentam ter o que desejam, ou então não conseguem obte-lo, motivo pelo qual vivem numa falsa esperança, inconstantes e agitados, como sempre acontece aos que são incapazes de decisão. [...] daí se originam aquele tédio, aquele descontentamento de sí, aquela inquietude de espírito que não encontra sossego em nenhum lugar, e uma resignação penosa à própria inatividade. [...] devemos nos convencer de que o mal que sofremos não depende dos lugares, mas de nós; não temos forças para suportar nada, nem trabalho nem prazeres, tampouco nós mesmos. Eis porque alguns chegaram ao suicídio: porque as metas que se propuseram a alcançar, de tanto serem mudadas, acabavam por representar sempre as mesmas coisas, não abrindo espaços para novidades."
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