Bom dia, poluído dia!
E suas nuvens marrons carregadas de espirros,
e suas doces queimadas de açúcares e bagaços,
e suas duras camas de papelões e trapos,
e suas motorizadas fumaças de pressas alheias!
Boa tarde, poluída tarde!
E suas notas ensebadas que correm pelas mãos,
e seus panfletos transeuntes que dobram as esquinas,
e seus chicletes elásticos que beijam os pneus,
e seus grossos cuspes que umidificam os ares!
Boa noite, poluída noite!
E seus cartazes colados que vendem alegrias caras,
e suas latas amassadas de desesperanças,
e suas cinzas aspiradas habitante dos corpos,
e seus amores de látex que engravidam os asfaltos!
Amém!
Nenhum comentário:
Postar um comentário