terça-feira, 13 de julho de 2010

PORQUE EU VOTO NULO

Desde a minha primeira eleição com 17 anos (2002) me aproximei da idéia de anular o voto como forma de revolta contra o estado das coisas. Porém, ao votar NULO hoje já não sinto mais aquele caráter revolucionário de algumas eleições atrás e já não espero que o NULO vença. Se vencer, como dizem, haverá uma nova eleição com novos candidatos. Mas, afinal, que mudança isso representa? Somente novos-velhos candidatos manipulados pelas mesmas empresas e movidos pelos mesmos interesses (Partido? o que é isso?).
Portanto, assumo, votar NULO não trás nenhuma solução prática. Em minha opinião, o que na verdade pode ser demonstrado com este tipo de atitude é o descontentamento com a política em si, não somente com os mandatários. Se ainda se proliferam por aí políticos dos tipos messias, coronéis, demagogos e assistencialistas, é porque a democracia assim o permite. Não há vontade política para erradicar do plano eleitoral tipos como esses, políticos profissionais movidos por interesses próprios e alheios ao sentido da verdadeira justiça social, muito menos para controlar essa ostensiva propaganda política que nos jogam na cara como se votar fosse comprar a melhor geladeira.
Na democracia, como diria um amigo, todos temos o direito de eleger um ladrão. Grande ilusão é acreditar que elegeremos e seremos representados por A ou B, ou partido C ou D, por trás das célebres e até simpáticas figuras estão as grandes corporações de interesses globais, estes sim muito mais efetivos na construção e definição do nosso destino enquanto cidadãos. Definitivamente, ganhe quem ganhar, pra mim tanto faz! As verdadeiras e necessárias mudanças não vão mesmo ser realizadas como deveriam. O meu voto NULO é apenas um grito ingênuo e solitário que diz: NÃO, VOCÊS NÃO ME REPRESENTAM!