domingo, 22 de maio de 2011

A ditadura bate à porta!


Neste sábado, dia 21 de maio, a polícia militar de SP fez da marcha da maconha (uma simples manifestação pela legalização do cultivo da planta e do seu uso) um acontecimento muito maior e mostrou a sua incapacidade de compreender o conceito de liberdade de expressão. Estado democrático? Não, eles não tem a capacidade de entender isso, não conseguem também perceber no que implica esse tipo de reação desgovernada e violenta. Seria bom se isso levasse a sociedade a acentuar o debate, não só da legalização da maconha, mas também das formas de ação dessa polícia fascista. É óbvio que muitos policiais, trabalhadores e gente humilde que são, são contra essa imbecilidade, mas estão inseridos numa instituição que tem como missão (para além de oferecer segurança) reprimir atos que arbitrariamente denominam como "desobediência". É revoltante ver que nem mesmo os jornalistas que cobriam a ação brutal da tropa de choque foram poupados. "Gás de pimenta para temperar a ordem", diria uma outra nação. Esses "paus-mandados", assim agiram com certeza, parece que se divertem com isso, eu me lembro agora de uma foto que mostra um soldado espirrando o gás no rosto de crianças faveladas.

Se há um problema realmente sério a ser constatado nesta situação, o problema é essa repressão incompreensível que destrói a nossa crença numa possível democracia. Vergonha é o sentimento que eu carrego de viver nesse estado de sítio onde a única liberdade que nos parece ser garantida é a (falsa) liberdade de consumir desenfreadamente. Esse é o preço que pagamos, nós paulistas, por vivermos num estado há décadas governado por essa direita nojenta que é o PSDB. Abaixo a ditadura, sim a liberdade de expressão!

sábado, 21 de maio de 2011

Às vezes

Eu queria que a vida fosse mais curta, e que fosse mais intensa. Às vezes temos tanto a fazer, às vezes parece que estamos em estado de espera. Essa rotina desequilibrada concentra tantas coisas em tão pouco tempo, e nos deixa tão vazios em outros momentos. Eu sei, tenho muitos livros na estante, sou sócio de uma locadora de filmes, tenho uma bicicleta pra pedalar e um jardim pra regar. Mas é que às vezes parece que ainda falta alguma coisa, alguma coisa menos óbvia, menos saturada. Acho que falta natureza, falta vida em estado natural, falta contato com o tempo natural, aquele tempo que não apita e não é linear. Eu to pensando seriamente em viver em outro lugar, não sei se vou ter a mesma quantidade em coragem que tenho em vontade. Planos não significam nada antes de serem concretizados, sonhos são só sonhos se não remetem às nossas ações. É que aquelas vezes que estamos atarefados, realmente ocupados, os planos ficam pra segundo plano, deixam de existir. É por isso que eu queria que a vida fosse mais curta, porque aí todo mundo ia ter vergonha de deixar os sonhos pra depois, aí todo mundo ia querer fazer agora o que realmente tem vontade. É que na maior parte do tempo a gente faz o que tem que fazer e só às vezes o que realmente deseja. Às vezes, essas vezes tão raras...