quarta-feira, 24 de julho de 2013

Um edifício chamado felicidade

Tô andando pela calçada, olho para o lado, vejo um edifício que se chama felicità. Observo as sacadas, tudo muito luxuoso, limpo e agradável. Vejo agora o portão se abrir, um carro importado sair da garagem. Eu pensei: "por que você está saindo da felicidade, cara? fica aí, o mundo aqui fora é triste, rude, sujo e desagradável!". Ele vai sair porque a felicidade não basta e não é de graça. "E que tenha cuidado para que um dia alguém não tão feliz resolva experimentar à força esse seu sentimento"...

terça-feira, 16 de julho de 2013

Maracatu: sensibilidade e força

O Maracatu é cultura de resistência, uma ponte com a ancestralidade negra e nordestina desse país. Não é fácil levar um grupo no interior de São Paulo, muito menos manter o fundamento para que a coisa não vire um mero folclore. Conexões espirituais, sociais, humanas e educativas se fazem necessárias para que haja legitimidade. Portanto, não pense que a coisa é brincadeira, não pense sequer que é fácil levar um projeto como esse adiante. Ele sobrevive às custas de muita dedicação e, não raro, sacrifício pessoal e coletivo. Não temos busca por fama ou inserção no mercado, temos sim por existência e resistência. Aparecer por aparecer não é o nosso forte, queremos é fincar raízes e nos consolidar enquanto integração do corpo com a alma, da sensibilidade com a força, do material com o imaterial. Sempre reverenciando a fonte da tradição que são as nações pernambucanas, de onde vem a nossa inspiração e permissão para sermos portadores da tradição. Um salve a quem resiste e promove a cultura do Maracatu pelo Brasil afora, assim como tantas outras tradições populares!

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Ocupações

A aula pública com Celio Turino foi mais uma demonstração de interesse dos movimentos em promover o debate público em Ribeirão Preto. Compõe um processo muito rico de ações de ocupação na cidade, que vem agregando centenas de pessoas ano a ano. Gente interessada na reflexão e na ação política de forma apartidária, porém não menos responsável e dedicada.

Precisamos avançar (e muito) no que diz respeito à organização para que toda essa energia aplicada resulte, de fato, em mais qualidade à política institucional de Ribeirão. Sabemos que apenas refletir e agir pontualmente não criará avanços concretos, pois enquanto isso a política habitual vai sendo feita em nossas costas, ditando o rumo dos acontecimentos mais significativos.

Mudar a cultura política é uma missão que requer compreensão profunda das entranhas do poder, formada não apenas por governantes e seus partidos, mas também por interesses de empresários. Requer também a disputa por espaços estratégicos, o que não significa reproduzir modelos viciados. Uma das formas é forçar canais de diálogo para cobrar efetivamente aqueles que estão nessas instâncias.

Esse vem sendo o papel dos movimentos e de suas ações: qualificar o debate público, mapear as demandas e organizar as pessoas e grupos para uma reivindicação sólida e permanente. Passa por estratégias de formação política para a democracia participativa, que exige uma dose alta de autonomia e proatividade.

Que venham mais ocupações, acampamentos, aulas públicas e manifestações, afim de nos proporcionar cada vez mais maturidade. Seguimos!

(A aula pública referida ocorreu no 
dia 9 de julho de 2013 na esplanada do Theatro Pedro II em Ribeirão Preto, promovida de forma independente por agentes de movimentos sociais da cidade.)