sábado, 28 de setembro de 2013

Fome de partida

Novos ares querem me respirar
Novas estradas querem me percorrer
Mas não encontro a despedida
Nem a fome de partida

Vou procurar no esquecimento
Lá na caixa das memórias
Aquela força de vontade
Minhas asas de liberdade

Quem sabe assim posso partir
Sem o compromisso de voltar
Despedir-me das dores
De tombos e antigos amores

Mas as cicatrizes irão comigo
Serão minha única bagagem
Para eu nunca me perder
Nem jamais me esquecer

Vou procurar no esquecimento
Lá na caixa das memórias
A coragem que um dia eu tive
Meu desejo de ser livre

terça-feira, 24 de setembro de 2013

O outro, esse espelho

Tentei me enxergar por inteiro, mas não foi possível. Meus olhos não alcançam certas regiões. Tentei um espelho, mas nem assim consegui. Por ele, só pude enxergar meus próprios olhos. Me viciei neles, achei que eles pudessem me responder, mas as perguntas voltavam. Enxerguei menos ainda. Olhos que se veem através de um espelho dizem muito pouco, ou quase nada. Afinal, quem você quer convencer? O melhor pode ser não ser. Não parecer. Não convencer. Só os outros podem nos enxergar por completo. Olham, reparam, assimilam, percebem. Você só se vê por inteiro através dos olhos dos outros, você é o que o outro vê.