terça-feira, 22 de maio de 2007

repressão policial

Servir e proteger, este é o lema da nossa polícia, mas como diria Marcelo D2 na boa época do Planet Hemp: "servir a quem? proteger de quê?"


Este nosso modelo de polícia foi criado no período das Revoluções Burguesas na Europa no séc. XVIII, momento histórico onde ocorria a estruturação do sistema capitalista e mudanças também no modo de vida privado. Neste período, os burgueses ganhavam a liberdade política e de lucro, e a vida privada passava a ser quase impenetrável, ao contrário da Idade Média onde a Igreja estabelecia todos os padrões comportamentais. Com esta liberdade, estes homens passavam a acumular riquezas e no seu espaço privado desenvolviam as suas regras de etiqueta, sua higiêne, seu padrão de beleza e etc.

Do outro lado estava a "plebe", que conforme a burguesia eram a massa rude, de linguajar chulo e aparência maltrapilha. Esta classe pobre deveria ser mantida sob controle e longe dos espaços burgueses, qualquer tentativa de amotinação devia ser contida, afinal, eles não poderiam deixar de se submeter ao Estado, pois caso contrário quem seria a massa trabalhadora? Surge então a necessidade do exército urbano, mantenedores da ordem pública, homens armados prontos pra reprimir toda e qualquer tentativa de insubordinação. A polícia neste momento nada mais era do que uma protetora dos ricos.


Agora, ao olhar para a polícia atual o que você vê? Servidores do bem geral? Protetores da vida e da segurança, independente da cor da pele e da classe social? Talvez pouca coisa tenha mudado daquela época até os dias de hoje, sua função nunca deixou de ser a manutenção da ordem pública, ordem que favorece sempre a quem tem grana. De que serve a ordem para quem vive as margens da sociedade? Aquele que contraria o sistema deve perder a liberdade, pois para que haja o progresso, a população deve aceitar a sua condição de miserável sem questionar.

"Tudo é um entre um milhão de caminhos. Portanto, você deve sempre manter em mente que um caminho não é mais do que um caminho; se achar que não deve segui-lo, não deve permanecer nele, sob nenhuma circunstância. Para ter uma clareza dessas, é preciso levar uma vida disciplinada. Só então você saberá que qualquer caminho não passa de um caminho, e não há afronta, para si nem para os outros, em largá-lo se é isso o que seu coração lhe manda fazer. Mas sua decisão de continuar no caminho ou largá-lo deve ser isenta de medo e de ambição. Eu lhe aviso. Olhe bem para cada caminho, e com propósito. Experimente-o tantas vezes quanto achar necessário. Depois, pergunte-se, e só a si, uma coisa. [...] Esse caminho tem um coração? Se tiver, o caminho é bom; se não tiver, não presta. Ambos os caminhos não conduzem a parte alguma; mas um tem coração e o outro não. Um torna a viagem alegre; enquanto você o seguir, será um com ele. O outro o fará maldizer sua vida. Um o torna forte; o outro o enfraquece."

O trecho acima foi retirado do livro A Erva do Diabo, cujo o autor é o antropólogo Carlos Castaneda. A pesquisa, que foi realizada juntamente com o pajé Don Juan, se refere às plantas alucinógenas usadas por eles, índios mexicanos. No livro, Castaneda relata a sua participação nas experiências alucinógenas, e ao longo da sua convivência com o índio, vai absorvendo ricos ensinamentos tanto espirituais, como também filosóficos. (o trecho é uma fala de Don Juan)

quinta-feira, 17 de maio de 2007

psy trance: filosofia ou mercadoria?


Em meados dos anos 80, milhares de adeptos do movimento hippie norte americano, entre outros países, buscavam absorver riquezas espirituais e momentos de meditação na paradisíaca ilha de Goa na Índia. Entre eles, estava Goa Gil. Tentando juntar todos estes elementos místicos à música eletrônica, Gil chegou ao goa trance, uma vertente da e-music que procura simular um estado de transe psicodélico, daí psy trance. Junto com a música, veio a idéia das festas raves, que seriam sempre realizadas em lugares paradisíacos e ao céu aberto, propondo sempre uma interação e respeito pela natureza. No início, os ravers tinham uma idéia de contra-cultura, ou seja, as raves e o psy trance significavam uma alternativa ao Estado repressivo e à sociedade capitalista.


Por outro lado, quem hoje frequenta festas raves no Brasil e principalmente aqui na cidade de Ribeirão Preto, sabe que toda esta ideologia de contra-cultura se desmanchou no ar. O capitalismo absorveu o movimento, fazendo com que ele perdesse toda a sua essência subversiva. Hoje, a grande maioria dos frequentadores de festas raves não tem conhecimento nenhum sobre o seu real significado e simplismente reproduzem imagens e idéias. Ribeirão Preto é um caso específico, pois aqui, o movimento foi elitizado e o público mantém uma forte disputa, onde o vestuário é requisito de aceitação. Se você tem um Oakley pode crer que será bem vindo e fará muitos amigos.

Isso é mais uma demonstração da força que o capital tem para destruir toda e qualquer cultura de raíz. Assim como já ocorreu com outros modelos culturais, o psy trance vem perdendo a sua essência e as festas raves vem sendo transformadas em mercadoria. Equanto isso, o público vai se expandindo e o real singificado vai se perdendo, resultado: a banalização.

terça-feira, 15 de maio de 2007

o espetáculo do homem


11 de Setembro de 2001, o mundo inteiro acompanha pela televisão mais um espetáculo, talvez o maior espetáculo da humanidade visto até hoje! Não são poucos aqueles que aplaudiram de pé a queda das torres, foram muitos que, historicamente, desenvolveram o ódio por esta nação imperialista (EUA). Este, no entanto, não é um sentimento que carrego, mas confesso que jamais me sensibilizei com esta pequena tragédia, que pelo tanto de mortes fica insignificante se comparada aos séculos de exploração do continente africano, e etc. É claro que uma ação violenta não justifica a outra (não?), mas pra mim é impossível pensar que eles não merececem algo assim. Na época, levei suspensão por pregar uma foto do Bin Laden no mural do colégio, irônicamente a matéria que estavamos estudando em história era sobre as bombas nucleares que eles mesmo lançaram covardemente sobre cidades japonesas. É Tio Sam, enquanto você não tirar a sua bota do pescoço da galera, a paz não lhe dará frutos, pois o ódio é o que fortalece o fraco.

além daquilo que se possa imaginar


É difícil ser livre, existem cortinas tampando a nossa mente, é preciso transcender a toda idéia de verdade.

Faça da essência algo mais importante do que a imagem, abra as portas da percepção, busque enxergar mensagens ocultas.

Use a imaginação, crie um Deus próprio, viva a espiritualidade da sua maneira, mas leve com você só o que for bom, ódio e rancor não dão em nada.

Acredite no que não for capaz de discordar, e lembre-se: a vida faz de você o que ela quer quando você não tem outra sujestão!

sexta-feira, 4 de maio de 2007

A mensagem


" Nos recusamos a ser o que você queria que nós fossemos, somos o que somos."

Quantos homens tiveram ou terão o poder de influenciar gerações como Bob Marley o fez? Creio que existiram poucos e não vão nascer muitos! Bob Marley ultrapassou os limites da música, fez com que suas mensagens se tranformassem em filosofia de vida para muitos, de muitos lugares e de classes sociais diferentes.

Se ainda é possível acreditar na paz entre os povos, não acho que a imagem desta paz seja a pomba branca, na minha opinião, o reggae de Bob é muito mais acessível, real e roots. Que me perdoem os cristãos mais fervorosos, mas Jesus Cristo jamais tocou a minha consciência como este negro jamaicano. Além de ter sido um grande pregador do respeito entre os povos, deixou um grande legado: the Reggae music. Enfim, para que possamos entender a essência do pensamento de Bob, deixo a seguir uma excelente letra:

WAR (GUERRA)
Até que a filosofia que sustenta uma raça superior e outra inferior
seja finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada havera guerra,
eu digo guerra.
Até que não existam cidadãos de 1º e 2º classe de qualquer nação.
Até que a cor da pele de um homem seja menos significante do que a cor dos seus olhos
havera guerra.
Até que todos os direitos basicos sejam igualmente garantidos para todos,
sem discriminação de raça, ate esse dia o sonho de paz duradoura,
da cidadania mundial e as regras da moralidade internacional,
permanecerão como ilusões fugares para serem perseguidas, mas nunca alcançadas agora
havera guerra, guerra.
Até que os regimes ignóbeis e infelizes, que aprisionam nossos irmãos em Angola,
em Mozambique, Africa do sul em condições sub-humanas,
sejam derrubados e inteiramente destruído havera guerra,
eu disse guerra.
Guerra no leste, guerra no oeste, guerra no norte, guerra no sul,
guerra, guerra, rumores de guerra.
Até esse dia, o continente africano não conhecera a paz.
Nós africanos lutaremos se necessário e sabemos que vamos vencer,
porque estamos confiantes na vitória do bem sobre o mal, do bem sobre o mal...

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