terça-feira, 22 de setembro de 2015

Falem por mim

Palavras vãs que antes me escaparam, hoje assopro como a fumaça de um cigarro. Vejo-as girando, subindo, se dissipando com o vento. Não seria uma pena não dizê-las? Com licença, mas vai cumprir o seu destino, pensamento inútil. A miséria do excesso me acometeu, mostrando que o silêncio pode ser a melhor resolução. A partir de agora serei omisso com aquela regra que me obriga a dar respostas, a fazer perguntas, a comentar os surtos alheios, de raiva e de paixão. Não me escaparão mais palavras, nem de meus dedos, nem de minha língua. Quieto, irei só para casa. Deixarei que falem por mim, pois como bem sei, têm muito a dizer todos vocês. Então falem, falem por mim. Falem por seus ancestrais e por aqueles que ainda hão de vir daqui a um milhão de anos. Só não me culpem lá na frente pelo resultado de suas verborragias insanas, eu terei estado em silêncio. No silêncio continuarei, até que todos nós absolutamente mudos, consigamos juntos compreender alguma coisa.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

HOMENAGEM AO 7 DE SETEMBRO

Um país que tem como lema em sua bandeira a máxima "Ordem e Progresso", sem bem explicar o que isso significa, jamais será independente. Jamais poderá dizer que o povo se libertou das amarras opressoras e colonizadoras. Uma vez invadido, o território sobre o qual vivemos nunca deixou de ser usurpado.
Ordem para quem? Progresso para quê?

Eu trocaria a frase por "Reflexão e ação crítica", ou até mesmo "Poder para o povo". Porém, a história das mentalidades nos mostra qual o sentido de tudo isso: por meio de uma invenção chamada "República Brasil", mover o orgulho de milhões de pessoas, delimitando fronteiras, separando povos, justificando outras colonizações e rankings de desenvolvimento. A fantasia de muitos, para outros, não passa de uma grande empresa.


Sou brasileiro, sou sírio, sou nigeriano, sou pátria universal. Que essa bandeira seja colocada em seu lugar de mero símbolo; que as fronteiras sejam rompidas, afinal, humanidade deve ser unidade.

Independência é se libertar da indiferença e da desigualdade; é negar a sanha capitalista; é negar a falsa promessa feita às margens plácidas do Ipiranga; é escrever a própria História.

Vocês querem comemorar uma mentira? Fiquem também com o 13 de maio, com o 9 de julho e com o 22 de abril. Mudar de rumo é necessário e urgente, conquistar a independência é a ordem do dia!