quinta-feira, 17 de maio de 2007

psy trance: filosofia ou mercadoria?


Em meados dos anos 80, milhares de adeptos do movimento hippie norte americano, entre outros países, buscavam absorver riquezas espirituais e momentos de meditação na paradisíaca ilha de Goa na Índia. Entre eles, estava Goa Gil. Tentando juntar todos estes elementos místicos à música eletrônica, Gil chegou ao goa trance, uma vertente da e-music que procura simular um estado de transe psicodélico, daí psy trance. Junto com a música, veio a idéia das festas raves, que seriam sempre realizadas em lugares paradisíacos e ao céu aberto, propondo sempre uma interação e respeito pela natureza. No início, os ravers tinham uma idéia de contra-cultura, ou seja, as raves e o psy trance significavam uma alternativa ao Estado repressivo e à sociedade capitalista.


Por outro lado, quem hoje frequenta festas raves no Brasil e principalmente aqui na cidade de Ribeirão Preto, sabe que toda esta ideologia de contra-cultura se desmanchou no ar. O capitalismo absorveu o movimento, fazendo com que ele perdesse toda a sua essência subversiva. Hoje, a grande maioria dos frequentadores de festas raves não tem conhecimento nenhum sobre o seu real significado e simplismente reproduzem imagens e idéias. Ribeirão Preto é um caso específico, pois aqui, o movimento foi elitizado e o público mantém uma forte disputa, onde o vestuário é requisito de aceitação. Se você tem um Oakley pode crer que será bem vindo e fará muitos amigos.

Isso é mais uma demonstração da força que o capital tem para destruir toda e qualquer cultura de raíz. Assim como já ocorreu com outros modelos culturais, o psy trance vem perdendo a sua essência e as festas raves vem sendo transformadas em mercadoria. Equanto isso, o público vai se expandindo e o real singificado vai se perdendo, resultado: a banalização.

Um comentário:

Tohany disse...

Caro amigo, me chamo tohany, sou de belém-PA. seu texto ilustra um universo vísível, presente.

Tenho comigo que filosofia para este estilo musical é o consumismo. O consumismo está na mente das pessoas, antes delas conhecerem o ambiente alternativo proporcionado pelas festas.

mano velho, acredito que esse universo consumista deva ser deixado de lado. Não podemos alimentá-lo. Há atitudes a serem tomadas, atitudes iluminadoras.

poderíamos conversar mais sobre, o que acha?