terça-feira, 10 de julho de 2012

A alma do negócio é você

Na corrida eleitoral a propaganda é o motor. Durante esse processo, os candidatos disputam a tapas os melhores editores, publicitários, maquiadores e cabeleireiros. É importante agradar pela imagem, pelo dinamismo dos vídeos, pela performance, pela beleza dos apresentadores e pela capacidade de transformar o feio em belo.

Vivemos em um tempo onde o audiovisual cumpre um papel preponderante não só na publicidade de produtos mercadológicos, mas também na promoção de ideias e conceitos. Os políticos não fazem por menos. Não tem grana para contratar a equipe da Globo? Que tal amarrar uma gaiola na sua bicicleta? Ou talvez ficar acenando para os automóveis na avenida? Pinte o seu carro, sei lá, é tudo propaganda!

Na propaganda eleitoral o programa é o próprio intervalo comercial. Não se oferece algo produtivo, não se educa e nem se politiza. O que se faz é a tentativa de convencimento cego, pautado pela capacidade de mentir sinceramente. Perceba que, até mesmo no debate ao vivo que sempre rola na televisão, o que se sai melhor é aquele que age com mais destreza, jogando olhares charmosos e falas bem articuladas para as câmeras.

Nesse negócio, que por sinal é patrocinado por grandes empresas nacionais e multinacionais, o interesse é ganhar o seu voto. Enquanto no capitalismo a publicidade pretende criar necessidades a partir da falsa promessa de felicidade, na publicidade eleitoral se pretende convencer que a sua vida será melhor mediante um voto. Será?

Não podemos descartar a importância das eleições, nossa reflexão vem no sentido de subestimar a importância da propaganda eleitoral. Decidir o seu voto baseando-se em peças publicitárias, e não por uma investigação mais aprofundada dos programas políticos e histórico dos candidatos, é vendê-lo barato de mais. Proteja-se de quem você vai escolher, compare e não se deixe levar pela hipnose visual. Nessa política financiada, a alma do negócio é você.

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