domingo, 28 de novembro de 2010
Em busca de uma paz desconhecida
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Nada como viajar

quarta-feira, 10 de novembro de 2010
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Uma possibilidade a mais
Muito se fala em igualdade entre os homens e mulheres, igualdade de direitos, de possibilidades, igualdade de deveres, de comprometimento. Realmente, a busca da igualdade é o mais importante desafio em que a humanidade está inserida, e o mais difícil. No entanto, ela não exclui a diferença, pois o seu contrário é a desigualdade. Esta ocorre quando homens e mulheres passam a ser hierarquizados e classificados, não de acordo com méritos ou aptidões, mas sim de acordo com privilégios ou benefícios, é uma questão de poder e segregação baseada numa suposta superioridade. Já entre iguais a diferença é o sustento da capacidade de suportar. É preciso enxergar no outro um contraponto, uma possibilidade a mais. Não basta sermos iguais, necessitamos também da diferença. Sem ela nos transformaríamos em autômatos, seres padronizados sem possibilidades de trocas e aprendizados. As nossas diferenças não podem ser subestimadas, elas são aquilo que nos enriquece mutuamente e nos faz sentir indivíduos dentro dessa imensa coletividade.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Drogados de poder
Observe bem um jogador após marcar um gol diante de um estádio lotado e de dezenas de câmeras, observe como esta injeção de alegria o transforma no ato da comemoração. Até mesmo para quem joga futebol de quarta na quadra do bairro sabe o quanto é saborosa aquela dose de endorfina no sangue, imagine um jogador celebridade, ídolo de milhões. Talvez seja por isso que muitos jogadores entrem em depressão profunda ao aposentarem-se, ou também porque em alguns casos substituem esse antigo poder por drogas químicas. A ausência daquela sensação de poder e influência sobre as pessoas através do esporte e do desempenho do próprio corpo pode causar séria abstinência.
Algo parecido podemos perceber na conduta de políticos, principalmente quando o entusiasmo do discurso se faz presente. São senhores e senhoras suando em bicas, com os olhos esbugalhados, gesticulando acrobaticamente na sede de encontrar as palavras certas em seus arcabouços retóricos. É comum, em todas as esferas de poder, vermos senhores sedentos se agarrarem aos seus tronos com a mesma força que um viciado em crack segura seu cachimbo. É comum vermos atos de desespero público por conta da corrida ao posto desejado, leia-se a corrida presidencial e a forma com que seus postulantes se postam diante de debates e discursos. O poder político talvez seja a droga mais fortemente desejada e, por isso, a mais segregada de todas.
Essa é a droga do poder, seja político, acadêmico, artístico ou na comum versão celebridade do esporte, o que querem é sempre estarem diante de platéias e aplausos, cumprimentos e aprovações. Ser um poderoso, eis a busca de qualquer drogado. Atingir níveis sobre humanos de prazer e plenitude, quase nada os diferencia. Qual seria então a diferença de drogados e poderosos? Tentem responder, mas tenham cuidado, o poder seduz... e vicia!
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Sea ahora
Sensacionalismo nosso de cada dia

A grande mídia tem uma capacidade ímpar de criar emoções e tensões mais do que desnecessárias na população. Em nossa experiência recente temos alguns casos e acontecimentos transformados em verdadeiras epopéias midiáticas. Adolescentes parricidas, casais que lançam criancinhas, jogadores que estripam prostitutas... O que estes casos tem em comum? Por que chamam tanta atenção?
Algo se pode tirar de acontecimentos como estes: somos uma sociedade doente. A prova é que além de estarmos sujeitos a presenciarmos novos crimes como estes, é que também temos um curioso interesse em acompanhá-los. A realidade, bem mais do que a ficção do cinema, tem um sabor especial. Saber que não estamos julgando um personagem de novela, e sim um cidadão de carne e osso como nós, nos faz mais vivos, mais plenos. Há no sensacionalismo a realização do cultural desejo de vingança, desejo este que advém do nosso ressentimento, de nossas angústias enquanto seres ditos civilizados. Além disso, é que como um povo cristão, temos a necessidade de nos vingar de nós mesmos, afinal, somos o próprio pecado.
O sensacionalismo, dessa forma, pretende e consegue criar perfeitos bodes expiatórios para que possamos descontar toda essa nossa carga de maus sentimentos. Por estes reais personagens, incansavelmente expostos pela grande mídia, temos uma visão privilegiada do que somos capazes enquanto seres humanos. Talvez daí nasçam o nosso espírito vingativo e essa nossa curiosidade mórbida por fatos tão repugnantes quanto pouco importantes.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Um pobre coitado
Ele se sente forte e poderoso
Mas o pobre coitado não sabe
Que está num círculo vicioso
Apertando pra cima e pra baixo
Ele se sente livre na programação
Mas o pobre coitado não sabe
Que está preso na televisão
Uma vez dormiu e não desligou
A televisão, ligada permaneceu
Foi então que num pesadelo
A sua alma se perdeu
O pobre coitado agora procura
A sua alma que foi roubada
Apertando pra cima e pra baixo
Com sua mente televiciada
sábado, 7 de agosto de 2010
A abismaticidade do ser
Abismático é aquele que vive o abismo, que olha o abismo e é olhado por ele. Vivê-lo é ansiá-lo. Olhá-lo é ser engolido. Nunca se sabe o que há no fundo do abismo. A imaginação, e só ela, é a porta pela qual a abismaticidade se constrói. Construção essa que não se sustenta, cai, desaba sobre a própria existência. Existir é abismar-se, abismar-se é maravilhar-se ante a profundidade imensa e infinita da vida. Sentir o vento enquanto desmorona-se, sentir a materialidade da não sustentação. Vir a ser é tão simplesmente se deixar engolir, o abismo vive e se alimenta das almas que nele se depositam. É preciso sentir também a escuridão, enxergar a beleza da não iluminação. A falta de luz, quem nunca sentiu prazer ao fechar os olhos? Revela-se aí a primeira forma de abismo. Cair lentamente é a pura perfeição. Portanto, simplesmente solte o peso e assim desmaterialize-se completamente sobre o nada e junte-se a ele.terça-feira, 13 de julho de 2010
PORQUE EU VOTO NULO
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Ela é livre
Lá vai ela, nos seus passinhos curtos, com seu olhar verde vendo lá longe um lugar bonito. Lá vai ela, surfando em suas mechas onduladas, sentindo que a vida deve ser mais colorida, e por isso pinta pra transformar o que era feio em algo mais belo. Lá vai ela, sentindo cheiros novos, inventando novas formas de achar que a vida vale a pena. Lá vai ela, brigando com quem não entende que nem sempre o sorriso vai desabrochar em flor. Lá vai ela, preguiçosa, andando em descompasso porque sonha acordada. Lá vai ela, mostrando que as horas podem ser mais lentas e melhores quando se está com ela. Lá... lá foi ela, porque ela é livre, porque ela é leve, porque ela voa. Lá foi ela, pois quem a prende jamais aprende que a vida deve ser assim: livre e bela, igual a ela.terça-feira, 9 de março de 2010
El primer poema en español
Tienes culpa en tus ojos
y las olas que bañan tu cuerpo
Jamás podrán lavarte
Amarte es mi destino
Mirarte es mi sofrir
y por las calles que te llamo
Solo responde la soledad
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Aquilo que nos possui
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
NÃO SEREMOS SEMPRE
Nossa alma não nos pertence eternamente, somos parte de uma totalidade e a individualidade é passageira. Nosso corpo, constituído de matéria, recebe, ao nascermos, uma essência que chamamos de alma ou espírito. Sem ela somos apenas matéria sem vida, um corpo sem essência que rapidamente se desintegra e se distribui na natureza. Da mesma forma, nossa personalidade não é eterna, a essência que recebemos no nascimento - dádiva da natureza - retorna à totalidade do universo quando morremos. Assim como o corpo que retorna à natureza, a alma também é devolvida no ato da morte. O egoísmo do ser humano - e talvez o medo - o impede de aceitar o fim da própria consciência, o que não significa o fim da vida, pois aquela essência (alma) e aquela matéria (corpo) que nos pertenceram passam a compor novas formas de vida. Aquele que se enxerga enquanto indivíduo até após a morte está cego para o fato de que somos valiosas, porém, minúsculas partes do todo. Essa totalidade, que é viva e eterna, exige o retorno da vida individual que ela mesma possibilitou. A memória, a consciência, a alma, o corpo, enfim, tudo o que nós somos retorna a totalidade num processo de reciclagem e recriação. Portanto, para nos tornarmos eternos enquanto indivíduos teremos que deixar uma obra, algo concreto, assim como os poetas, algo que alimente a vida daqueles que, depois de nós, também receberão essa dádiva que hoje experimentamos. Busquemos aqui e agora uma razão e uma função para viver, pois nós... nós não seremos sempre nós! 
